Vislumbre – Gauchão 2 em 1 (24/02/2025)

Vislumbre – Gauchão 2 em 1 (24/02/2025)

Caxias 0x2 Inter. Com dois gols de Vitinho, o Colorado venceu o Grená no Centenário e encaminhou classificação à final do Gauchão.

Vitinho (cen.), o homem que resolveu a parada: dois gols no Centenário e encaminhamento da classificação colorada para a decisão do Gauchão [22.02.2025] (Foto: Internacional/divulgação; Disponível em: flickr.com)

A vitória do Inter em Caxias foi um marco que merece atenção. Desde 2019 o Inter não ganhava um jogo de ida das semifinais do Gauchão desde que o formato do “mata-mata” sem turnos e returnos – implementado em 2014 – e também sendo a segunda vez que isso acontece, com o Inter tendo ganho em 2017 também (porém no Beira-Rio). Nos registros históricos e com auxílio do site oGol, o Caxias não obteve vitória por mais de três gols de diferença sobre o Inter em Porto Alegre e desde 1990 não ganha do Colorado como visitante pelo Gauchão. Toda essa introdução é para afirmar que sim, a tendência é muito forte de um confronto entre o Inter contra o vencedor da outra chave na decisão.

A vitória veio com sopros certeiros do anímico coletivo sobre o jogo do Inter durante todos os 90 minutos. Primeiro pela presença marcante e crucial da massa colorados, que foi maioria no Centenário, e que – aos trancos e barrancos – empurrou o time no primeiro tempo, apesar da equipe não praticar um jogo efetivo como o realizado após a chuva torrencial no sábado passado (15) contra o Monsoon. Pelas ausências de Alan Patrick, Borré e Wesley, o time estaria claramente enfraquecido. Porém, o quarteto de ataque idêntico que foi a campo já havia sido escalado contra o Brasil de Pelotas.

Com Johan Carbonero fazendo boa atuação pelo meio, Wanderson novamente abaixo pela ponta e Enner Valencia fazendo um jogo razoável, mas longe de ter posto o jogo no bolso como foi contra o São Luiz em Ijuí. Isso coube ao nome do jogo: Vitinho. O ponta-esquerda fazia uma partida bem abaixo, mas Roger dobrou a aposta ao tirar Wanderson e colocar Gustavo Prado em campo – tendo recém voltado do Sul-Americano Sub-20 na Venezuela, onde foi campeão com a Seleção Brasileira – o que deslocou Carbonero para a ponta-esquerda e deixou Prado centralizado na armação. Justamente em um passe do cria do Celeiro, Vitinho cortou o marcador e deu o primeiro chute colorado no caixote grená no jogo: Inter 1, Caxias 0. Um alívio na tensão que crescia tanto no jogo quanto fora dele no pensamento e angústia da torcida.

A estratégia do Caxias havia caído por terra. Mesmo com Richard em uma tarde suficientemente boa para aparecer (e marcar um gol impedido na etapa inicial), o time grená era muito mais efetivo na defesa da própria “casinha” do que buscando contra-atacar. Porém qualquer assanhamento ficou pelo caminho com a crucial abertura do placar pelo alvirrubro. Nisso, seis minutos depois – em uma jogada com passe suculento de Bruno Henrique – Vitinho fez um “crutamento” que enganou o goleiro e entrou: 2 a 0 Inter, com ele tornando-se o artilheiro isolado do time no estadual com 4 gols. A chance do 3 a 0 ainda existiu com um ataque de peixinho feito pelo entrante Lucca Holan ou do 2 a 1 após jogadaça de Nicholas deixando Richard na cara do gol para diminuir e que acabou isolando. Mas ficou por isto.

Com a firmeza de Fernando, Bruno Henrique, Victor Gabriel e Vitão, o Inter fez mais um jogo sem levar gols e, não só o placar demonstra a capacidade do time demonstrar um status de virtual finalista do Gauchão, mas sim o bom nível das atuações e da leitura de jogo de Roger Machado, que compreendeu que o time não esteve bem na parte inicial e que consertou praticamente todos os buracos deixados na etapa decisiva do jogo. O que é uma característica de um time e grupo coesos e que não abdica nunca do confronto, da luta pela bola e, principalmente, da vitória. Em suma, é um pensamento vencedor que o Inter parece finalmente estar começando a frutificar da melhor maneira possível: ganhando e confirmando favoritismos.

Tiago Pereira Lumertz

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